sábado, 10 de dezembro de 2011

O Comprador de Sonhos (Conta que eu te conto um conto!)




O sonho pelo qual eu brigo exige que eu invente em mim
a coragem de lutar ao lado da coragem de amar (Paulo Freire)




Era uma vez no México um índio, camponês sem terra, pastor sem ovelhas... o que fazia dele um peão.

Um peão é pobre no começo e mais pobre no final, quando a força para trabalhar o abandona...


As pessoas de sua aldeia tinham terras...mas de que serve uma terra onde nada cresce?

E para não morrer de fome, o índio, desceu a “sierra mexicana” em busca de trabalho como peão numa plantação de cacau.

Durante três anos ele cuidou das árvores e colheu seus frutos... mas não era feliz... tinha saudades de sua “sierra.”

Para enfrentar seu destino sonhava com o dia em que finalmente voltaria levando consigo uma mala enorme cheia de presentes...e todos gritariam: “ele voltou...ele voltou...” E todos estariam muito felizes. Ele tinha tanta vontade de ser feliz!

Ao final de três longos anos, ele decidiu que era hora de voltar. Recebeu seu salário. Não compreendia muito bem as contas que o capataz fazia... “_Por três anos de trabalho receberá... aluguel e comida a descontar...perda de uma machadinha a descontar... por sua negligencia, dez árvores produziram menos...a descontar...eis, então, seu ganho: três moedas de cobre. O próximo!”

O índio se afastou lentamente... em sua mão apenas três moedinhas de cobre. Era tudo!

À noitinha chegou à pequena cidade mais próxima. Era alegre, movimentada...as pessoas pareciam felizes. As lojas cheias de coisas maravilhosas...mas caras. Porém, ao passar por uma vitrine de uma loja de doces, ficou deslumbrado. Havia flores, de todas as cores, de açúcar impressionantemente lindas. Uma moeda de cobre...que custava cada uma. Comprou uma charmosa rosa vermelha para presentear Panchita a índia mais linda da aldeia. Agora, com apenas duas moedas comeria pouco, e pronto!

Pouco a pouco a cidade foi adormecendo...estava cansado e sentia muita fome, mas preferiu deixar para comer no dia seguinte antes de se colocar a caminho de casa.

Foi até a uma fonte pública e bebeu muita água para distrair o estômago... já satisfeito percebeu um homem quase sem forças com uma tigela na mão tentando pegar água. Parecia muito doente. Então, o índio pega a tigela e ajuda o homem a beber a água, como se fosse uma criança...O homem estava tão fraco que era incapaz de segurar a própria tigela e o índio sabia bem do que é que ele sofria...

O índio, então correu até um vendedor de tortilhas e pediu uma porção bem farta e pagou com uma moeda de bronze... ofereceu a tortilha ao homem que comeu lentamente apreciando cada mordida.

O homem, então agradeceu e ofereceu um presente, um pequeno saco:__É para você...A felicidade, talvez...mas eu não sei. Eram sementes redondas e amarelas, da cor do ouro. O índio aceitou e foi embora a procura de um lugar para dormir. Já amanhecerá na porta de um albergue. De dentro vinha um delicioso cheiro de tortilhas. O índio entrou e pediu uma para matar sua fome antes de seguir viagem...

Enquanto esperava, um homem descia pelas escadas e disse:

__Chica, traga-me rápido a comida e eu lhe contarei um belo sonho...

__Sonhei que uma deusa de cabelos longos e negros como a noite...era minha esposa. Nós morávamos bem no meio de uma floresta de ouro... aquele que colhesse um galho de ouro na floresta estaria livre da fome. Neste lugar todos eram felizes e vinham à nossa floresta e colhiam braçadas de galhos de ouro e partilhavam uns com os outros toda essa riqueza e felicidade. E eu olhava toda aquela gente e me sentia ainda mais feliz... Não é belo o meu sonho?

O índio ficou impressionado e pensou: “este homem parece ter sorte e tem tudo o que quer, não precisa de um sonho para ser feliz. Se eu gastar minha última moeda com comida, amanhã ainda terei fome. Mas, se eu comprar esse sonho, serei feliz amanhã, e depois, e depois...”

Então, aproximou-se do homem e disse:

__Quero comprar o seu sonho.O homem ficou assustado e começou a rir.

__O que? Você quer comprar o meu sonho? Mas para que ele poderá lhe servir?

__Ele me servirá para me fazer feliz. Aqui está o dinheiro. O índio colocou sua última moeda sobre a mesa; o homem não podia acreditar.

__Uma moeda? É pouco, mas ainda é muito para pagar um sonho. Guarde seu dinheiro eu lhe dou o sonho.

__Não estou mendigando, Quero comprar o seu sonho.

Vendo que o índio falava com seriedade e convicção, vendeu-lhe o sonho por uma moeda de cobre.

O índio saiu do albergue feliz por ter comprado um bonito sonho e já pegava o caminho quando Chica veio correndo ao seu encontro.

__Você vai para “Sierra”? Eu queria que passasse por Achulco, a aldeia onde mora minha mãe.

__E o que você quer que eu diga a ela?

__Conte a ela seu sonho. Minha mãe é sozinha e triste. Ela ficará feliz com seu bonito sonho.

__Mas, eu não sei contar história...

__Mas é o seu sonho! Quem poderia conta-lo melhor? Ela então, entregou-lhe uma sacola com tortilhas, pão, tomates e pimenta.

__Tome! Este é meu presente para sua viagem.Ele não pode negar o pedido e logo à tarde chegou ao vilarejo e procurou pela mulher. Curiosos lhe seguiram até a porta da mãe de Chica, queriam saber das novidades. Logo a sala da casa estava cheia, e a mãe de Chica pediu silêncio.

__ Este rapaz teve um sonho magnífico e minha filha o mandou aqui para que me contasse. Cada palavra pronunciada é a palavra da verdade. Chica é testemunha.

Então, ele contou seu sonho e era realmente lindo e encantou a todos do vilarejo. Pela manhã, estava de partida quando um homem veio procurá-lo.

__Minha mulher e filhos moram num vilarejo que fica a um dia de caminhada daqui. Se você for passar por lá, poderia contar-lhes seu sonho?

O índio consentiu e o homem decidiu seguí-lo para ouvir mais uma vez o seu sonho. E a notícia corria de boca em boca... e por várias vezes se desviou de sua rota para contar seu sonho por encomenda de alguém. Mas fazer o que? Só um louco se recusaria a dar alegria aos outros.

Até que um dia, finalmente chegou em seu vilarejo. Logo na entrada, viu um bela jovem de cabelos longos e negros como a noite, era Panchita. Seu coração palpitou forte e disse:

__Panchita, trouxe-lhe um presente. E lhe entregou a delicada rosa de açúcar vermelha.

Todos estavam felizes com sua volta. E à noite, em torno da fogueira, ele contou seu sonho a todos e mostrou as sementes de ouro que havia ganhado e uma senhora idosa aproximou-se e examinou-as e disse:

__É um grão d’ixium, o milho. Mas esta felicidade não é para nós...jamais brotará em nossas terras áridas.

__Mas vamos plantá-las... junto com meu sonho.

E numa bela manhã de outono, o índio correu até os campos e pode ver seu lindo sonho...lá havia uma bela floresta: o milho amadurecera e, de tão bonito, de tão maduro, parecia de ouro. E no meio daquela floresta dourada, Panchita dançava com os cabelos soltos ao vento, cabelos longos e negros como a noite...e, de tão bela, parecia uma deusa!

domingo, 16 de outubro de 2011

Muito prazer espatódea, gerânio! =]

Extraiu-se tanto tanino, tanto, tanto, tanto...
Deu pra pintar menino, muleque e homem.

A multidão invoca o espírito da conjugação:
- Pelargonium, Pelargonium, Pelargonium...
Com a espátula mais bela modele o gerânio!








*Para romper as barreiras que nos distanciam.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Relaxa, eu também fiquei nú!





"Quando desabotoei as suas palavras, retirei o lenço oculto dos fatos. A blusa que esconde o belo corpo grande e reticente deixa quase a calça inquieta, curta. Psiu: seu zipper aberto me alegra!"

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Doce Pecado




Que se procriem em mim os santos diabos!
Que nasçam e que morram para tornar a viver
meus desejos trancados.



Pois que a noite, senhora da lascívia,
traz com ela a saudade de teu corpo,
de teu cheiro, de tua boca úmida,
ávida de beijos.



Tua língua inquieta perpassa meu íntimo,
devora minha carne, devassa minha alma.



Desliza teus dedos por minha pele!
Marca em versos nossa histó
ria!


Meu corpo é tua tábua, meu sangue tua tinta,
minha vontade tua escrava.
Teu prazer:
meu maior troféu!!!







OBS: De autoria de Alexsimas, contudo oportuna! ;)

domingo, 2 de janeiro de 2011

Num estacionamento, dois olhares em movimento

Verde claro quando me dei conta de sua coloração
após concentrar as idéias e mobilizar as palavras.


Penetrantes e compenatrados ficaram quando eu
esboçava lançar um novo gesto com as mãos ou
mesmo quando eu movimentara o corpo.



Posiciono-me à sua frente. E eles se perdem por
tentar seguir, buscar, alcançar-me; a sua dinâmica já
desorientada se perdeu no que eu dizia, no que eu
fazia.


 A impressão que sucita daquele par de olhos
umedecidos pelas lágrimas que deslizaram pelo rosto
suave de menina não é de tristeza, nem de alegria,
tampouco de resignação. Mas de sentir-se mulher!

O olhar aprisiona minha atenção.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Irrecusável!

Sabe a sensação que agente sente quando está
apaixonadoª?

Aquele frio na barriga, aquela euforia interna, a
voz arrastada, a ardência que brota e que nos
surpreende subtamente, a cada movimento que
o coração grita, não de dor, de sofrimento, mas
sim pela força que o desejo imprime em nós.

Esse desenlace de um nó que sentimos esvair-se,
que externamente se expõe ao suar a ponto de
ficar debilitado: isso é vida!

Quando se diz, a partir dos poetas: que o amor
chama para vida! Ou ainda, que o amor é a vida
chamando! Não posso de modo algum esquivar-me
dessa consigna.


Quando um faminto é convidado a um banquete
farto, não duvidemos: a extinção da fome é que
é a principal bandeira à altear. Sedento por deleitar
e se deliciar com a presente fartura o esfomeado
capciosamente não exitará em esbaldar-se,
aproveitando o máximo possível, pois sabe lá Deus
quando haverá festim semelhante. 

De outro modo: ao recusarmos tal convite, perdemos
a delícia e o prazer de ao menos ter degustado e,
por conseguinte, não haverá sensação de satisfação.

O amor é essa vontade de experimentar a vida e o
ideal é que essa sensação seja diária como as nossas
refeições. Quando nego o amor, nego a paixão,
nego o prazer, nego o desejo, recuso a carne. 

Que a nossa vida seja um banquete farto de desejo,
repleto de paixão e que a sedução e o envolvimento
sejam o prelúdio e o convite ao amor.

Que seja de lamber os dedos! Que seja de lamber a
boca! Que seja irrecusável!